segunda-feira, 20 de abril de 2009

Caminhando... - Cap 2




Tirei essa foto do meu amigo nicolas, caminhando na estrada, me fez lembrar, quantas vezes coloquei o pé na estrada? Não sei, mas foram muitas!

Sempre gostei de viajar, quem não gosta?

Acho que herdei esse pé na estrada de meus pais.
Desde pequeno meu pai costumava junto com minha mãe, colocar todo mundo no carro e pegar a estrada. Eramos 6, quatro filhos, meu pai e minha mãe, num carro tipo perua, sempre iam dois lá atrás, junto com as malas, pra sobrar mais espaço no banco de trás, onde geralmente ia um convidado, que dividia o banco com meus outros dois irmãos.
Muitas vezes era o Reis, amigo do meu pai e da familia.

Não preciso nem dizer quem desfrutava do bagageiro, junto as malas!
Tudo bem, eu nunca estava só, meu irmão mais novo era o outro sortudo.

Na verdade adoravamos estar alí atrás, era muito acolchoado. E muito bem por sinal. Minha mãe era experte em deixar aquele bagageiro super comportável, para os dois caçulas dela. Mãe, é mãe! Iamos cantando várias músicas que lembravamos, minha familia sempre gostou muito de música. Aos 7 anos já conhecia Beatles, Paul e Lennon solo, e por ai vai. Meu pai colecionava discos, chegamos a ter quase 8 mil discos em vinil. Essa mania de colecionar discos trago comigo até hoje.
Bem, mas o fato é que viajavamos muito. A família toda, pelo menos uma vez ao ano.
Percorriamos distâncias do tipo: Belém - Rio, Belém - Salvador, numa época onde não havia muitos postos de gasolina nas estradas, então não podiamos nos dar o luxo de se perde no caminho, até porque, era uma viagem calculada pra se chegar no próximo posto, quando a distância utrapassava o tanque, levavamos um galão dentro do carro, pra encher o tanque caso faltasse gasolina. Não era uma atitude muito legal, mas fazer o que? ou era isso ou não viajavamos.

Daí talvez tenha vindo esse espírito de dar asas aos meus pés.
Quando postei essa foto, era como se estivesse me vendo caminhando nessa estrada.

Apesar da foto dar a impressão de estarmos partindo, na verdade estavamos chegando. Tinhamos saltado do ônibus no 0km dessa estrada, e a vila ficava à
3 km, estrada acima.
Vinhamos de Salta, uma cidade muito bonita e cheia de surpresas também.
Foi em Salta, o único lugar onde consegui falar português. Lá conheci uma bailarina brasileira numa noite bem agitada era um sábado. Ela era paulistana, e fazia parte do balé municipal, uma mulher muito linda mesmo! Enquanto conversavamos pude conhecer suas amigas que também eram do balé. Parecia que eu estava num rosário, porém a brasileira dava de 10. Brasileira é a melhor mulher do MUNDO!!!!!!

O papo estava bom demais pra ser verdade, quando derrepente, não sei de onde, surgiu um amigo bailarino dela, rodopiando como um peão descontrolado, e parou bem na nossa frente, foi só o tempo dela me apresentar a ele ou ela, sei lá, o cara era chileno!
E mais nada, ele saiu rodopiando novamente, do mesmo jeito que tinha chegado, só que dessa vez levando Têe pelas mãos. Ela se chamava Têe, nome estranho é verdade, mas ela era linda!
E com ela, se foi todo o grupo do balé de Salta, pra pista dançar. E eu dancei.
Naquela noite eu não estava nem um pouco a fim de dançar, até porque eu estava com uma bota de trekking, sem combate!
Fiquei alí no balcão bebendo uma cervejinha, na verdade a garrafa era de quase 1 litro. Meus dois amigos, nicolas e diego estavam conversando com uma chica. Já era bem tarde, eu e nicolas resolvemos voltar pro albergue, Diego, ficou lá se aventurando com a chica. Iamos partir naquela manhã de domingo.

Seguindo a rota, a próxima cidade seria Jujui, porém resolvemos não parar lá, e sim, seguir para Pumamarca, a cidadezinha que na verdade era quase uma vila, cheia de encantos e lições pra dar.
Essa foto de nicolas acima, é na estrada caminho pra Pumamarca.
Partimos de Salta quase 1 da tarde, Diego resolveu ficar, talvez por causa da chica, ele estava empolgado com a menina. Demos risadas da situação e seguimos em frente.
Já no ônibus, passamos pela cidade de Jujui, que não me acrescentou em nada, Jujui parece uma pequena cidade do interior brasileiro, que cresce desorganizada. Não é uma cidade bonita!

E uma hora depois de Jujui, no meio da estrada, descemos, a caminho de Pumamarca.
Depois de 3 km de caminhada, chegamos na vila, já estava escuro.
Chegar à noite é sempre mais difícil para se encontrar um lugar pra ficar, depois de tanto procurar, acabamos nos hospedando num hotel pousada, que também era a casa da família do Sr. Rodriguez.

Como não haviamos comido nada, saimos pra comprar carnes e verduras para assarmos uma parillada. Estavamos com sorte, havia uma carniceria aberta.
É assim que se chama uma mercearia que também vende carne, por lá.
Fizemos a parillada, que por sinal ficou muito boa. Após comer quase tudo, sobrou apenas dois pedaços de costela.
Fui me deitar estava bem cansado. Na manhã seguinte iamos visitar Salinas Grande, um local imenso e belo, de onde se brota o sal no chão.



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